Era uma vez um concurso muito concorrido, cujo prêmio era dado a quem comesse mais x-bacons. Era um concurso sub 17, e era bem legal. O vencedor ganhava uma passagem a Paris.
Foi então que Josevaldo Silva de Souza dos Santos, homem trabalhador, sonhador, esforçado, um homem de fé, inscreveu-se no tal concurso. Com o dinheiro da colheita do mês, foi para Jaguariaíva e pagou sua inscrição. O dinheiro acabou, e Josy teve que dormir no banco da praça, passou fome, bebeu e banhou-se nas águas límpidas do chafariz, comeu pão dos pombos, foi molestado sexualmente, espancado, e à beira da morte, uma gangue maligna esfaqueou-o e tacou-lhe fogo.
Pobre irmão camarada, não pôde resistir aos ferimentos, foi pra terra dos pés juntos. A caminho do céu foi surpreendido por Papai Noel em sua carroça, Josevaldo acenou em direção às renas, então Papai Noel que chamava-se São Nicoleta perguntou-lhe o que fazia voando pelos céus em plena véspera de natal. Josevaldo contou sua história de vida, e pediu umacarona para que pudesse voltar a terra e contemplar as luzes natalinas parisienses. São Nicoleta disse a Josevaldo que o levaria, mas sob uam condição, o homem teria que lhe ajudar na entrega dos presentes, já que dois dos duendes ajudantes estavam de férias no Hawaii. Aceitou, e foram ambos na carroça do Papai Noel, gritando HOHOHO FELIZ NATAL, e atirando presentes para tudo quanto era lado.
Josy lembrou-se que deveria estar em Jaguariaíva às cinco horas, para a degustação de x-bacons. Então se jogou da carroça, nada mais o impedia. Foi voando que pousou em seu destino. Chegou bem na hora, e devorou 153 x-bacons, sendo assim o vencedor. Recebeu a passagem, mas tinha que terminar a entrega dos presentes, conforme combinara com São Nicoleta. Foi encontrar o velho sobrevoando o Iraque, e de repente, por ironia do destino, Papai Noel foi atingido por uma bomba.
Desolado, Josy sentiu-se culpado, pois se o estivesse ajudando, provavelmente já estariam longe dali, e o querido Dad Noel e suas renas não teriam tragicamente explodido em sua carroça. E agora? Ele seria o culpado por milhões de criancinhas chorando por não terem recebido seus tão esperados presentes. Ele não poderia fazer isso, seria desumano demais, elas não tinham culpa. Pôs uma roupa vermelha, um cinto preto e um gorro, mas tinha um problema, como faria para entregar milhões de presentes em poucas horas sem nenhum meio de transporte? Passava por ali naquele momento Aladim em seu tapete voador, que gentilmente foi emprestado a Josy, depois que este contou novamente sua história de vida.
Josevaldo, feliz da vida, voou e voou pelos ares, tacando caixas e pacotes em todas as chaminés que via pela frente. Conseguiu terminar a entrega exatamente 04:37 do dia 25. Quando as crianças acordassem, veriam alegremente seus presentes em baixo de seus pinheiros! Seu vôo estava marcado para às 04:45, voou desesperadamente para não perder o avião, e acabou chocando-se contra um airbus, causando 152 mortes, exceto a sua, Josy era um homem de sorte.
O fim de Josevaldo foi trágico, ele tornou-se um suicida. Carregado pela culpa da morte de São Nicoleta, e de mais 152 almas pelo simples desejo de estar onde estava, em meio à beleza e ao requinte parisiense, jogou-se da torre Eiffel.
Quando despertou, Josevaldo Silva de Souza dos Santos, homem trabalhador, sonhador, esforçado, um homem de fé que não costumava lembrar-se de seus sonhos, ligou a televisão, e viu um anúncio de um concurso muito concorrido cujo o prêmio era dado a quem comesse mais x-bacons. Era um concurso sub 17, e era bem legal. O vencedor ganhava uma passagem a Paris. Com o dinheiro da colheita do mês, foi para Jaguariaíva, e pagou sua inscição. O dinheiro acabou e...
