setembro 14, 2009


"eu gosto quando as coisas adquirem um caráter simbólico. eu gosto quando cada passo denuncia uma história, quando cada palavra crava fundo e traz com ela um naco de carne quando a gente puxa. eu gosto quando eu sinto o coração parar e sinto a marola do sangue parado irradiando pra cada célula do meu corpo e por um instante parece que o mundo parou e que eu sou a única partícula se movendo, giro-espanando no espaço. e a inércia que dura menos que um instante é interrompida pelo pulsar de todo o meu corpo: ondas de arrebatamento saindo de alguma cavidade cardíaca, ecoando até a última célula do último fio de cabelo que brota do cocuruto. e mais uma vez. e de novo. até ser possível prever um padrão de intensidade e frequência. e é como se ele reaprendesse a se contrair e relaxar, fazendo com que o sangue flua mais espesso e me carregue pro que quer que seja a frente.e eu me deixo ir."
.
.